segunda-feira, 28 de junho de 2010

QUE DEUS É ESTE ?

Para ser lido sem a interferência de nenhum ranço petista, tendo em vista a notória ojeriza do autor (com razão) a tudo aquilo que representa, hoje, o Partido dos Trabalhadores. Aliás, o texto não tem nada haver com o PT. É um texto profundamente cristão e ético.

Que Deus é este?
Reinaldo Azevedo
www.veja.com.br/reinaldo

"Em Auschwitz, no Gulag ou em Darfur, vê-se, sem dúvida,
a dimensão trágica da liberdade: a escolha do Mal. E isso
quer dizer, sim, a renúncia a Deus. Mas também se
assiste à dramática renúncia ao homem"
Boa parte das nações e dos homens celebra, nesta semana, o nascimento do Cristo, e uma vez mais nos perguntamos, e o faremos eternidade afora: qual é o lugar de Deus num mundo de iniqüidades? Até quando há de permitir tamanha luta entre o Bem e o Mal? Até Ele fechou os olhos diante das vítimas do nazismo em Auschwitz, dos soviéticos que pereceram no Gulag, da fome dizimando milhões depois da revolução chinesa? E hoje, "Senhor Deus dos Desgraçados" (como O chamou o poeta Castro Alves)? Darfur, a África Subsaariana, o Oriente Médio... Então não vê o triunfo do horror, da morte e da fúria? Por que um Deus inerme, se é mesmo Deus, diante das "espectrais procissões de braços estendidos", como escreveu Carlos Drummond de Andrade? Que Deus é este, olímpico também diante dos indivíduos? Olhemos a tristeza dos becos escuros e sujos do mundo, onde um homem acaba de fechar os olhos pela última vez, levando estampada na retina a imagem de seu sonho – pequenino e, ainda assim, frustrado...
Até quando haveremos de honrá-Lo com nossa dor, com nossas chagas, com nosso sofrimento? Até quando pessoas miseráveis, anônimas, rejeitadas até pela morte, murcharão aos poucos na sua insignificância, fazendo o inventário de suas pequenas solidões, colecionando tudo o que não têm – e o que é pior: nem se revoltam? Se Ele realmente nos criou, por que nos fez essa coisa tão lastimável como espécie e como espécimes? Se ao menos tirasse de nosso coração os anseios, os desejos, para que aprendêssemos a ser pedra, a ser árvore, a ser bicho entre bichos... Mas nem isso. Somos uns macacos pelados, plenos de fúrias e delicadezas (e estas nos doem mais do que aquelas), a vagar com a cruz nos ombros e a memória em carne viva. Se a nossa alma é mesmo imortal, por que lamentamos tanto a morte, como observou o latino Lucrécio (séc. I a.C.)? Se há um Deus, por que Ele não nos dá tudo aquilo que um mundo sem Deus nos sonega?

Galeria Doria Pamphilj/divulgação


Vida e arte
As cenas das mulheres de Darfur fugindo com suas crianças, empurradas pela barbárie, remetem, é inevitável, à fuga de Maria e do Menino Jesus para o Egito, retratada por Caravaggio (1571-1610)

Evito, leitor, tratar aqui do mistério da fé, que poderia, sim, responder a algumas perplexidades. O que me interessa neste texto é a mensagem do Cristo como uma ética entre pessoas, povos e até religiões. Não pretendo, com isso, solapar a dimensão mística do Salvador, mas dar relevo a sua dimensão humana. O cristianismo é o inequívoco fundador do humanismo moderno porque é o criador do homem universal, de quem nada se exigia de prévio para reivindicar a condição de filho de Deus e irmão dos demais homens. É o fundamento religioso do que, no mundo laico, é o princípio da democracia contemporânea. Não por acaso, a chamada "civilização ocidental" é entendida, nos seus valores essenciais, como "democrática" e "cristã". Isso tudo é história, não gosto ou crença.
Falo das iniqüidades porque é com elas que se costuma contrastar a eventual existência de uma ordem divina. Segundo essa perspectiva, se o Mal subsiste, então não pode haver um Deus, que só seria compatível com o Bem perpétuo. Ocorre que isso tiraria dos nossos ombros o peso das escolhas, a responsabilidade do discernimento, a necessidade de uma ética. Nesse caso, o homem só seria viável se isolado no Paraíso, imerso numa natureza necessariamente benfazeja e generosa. O cristianismo – assim como as demais religiões (e também a ciência) – existe é no mundo das imperfeições, no mundo dos homens. Contestar a existência de Deus segundo esses termos corresponde a acenar para uma felicidade perpétua só possível num tempo mítico. E as religiões são histórias encarnadas, humanas.
Em Auschwitz, no Gulag ou em Darfur, vê-se, sem dúvida, a dimensão trágica da liberdade: a escolha do Mal. E isso quer dizer, sim, a renúncia a Deus. Mas também se assiste à dramática renúncia ao homem. Esperavam talvez que se dissesse aqui que o Mal Absoluto decorre da deposição da Cruz em favor de alguma outra crença ou convicção. A piedade cristã certamente se ausentou de todos esses palcos da barbárie. Mas, com ela, entrou em falência a Razão, humana e salvadora.
Fé e Razão são categorias opostas, mas nasceram ao mesmo tempo e de um mesmo esforço: entender o mundo, estabelecendo uma hierarquia de valores que possa ser por todos interiorizada. As cenas das mulheres de Darfur fugindo com suas crianças, empurradas pela barbárie, remetem, é inevitável, à fuga de Maria e do Menino Jesus para o Egito, retratada por Caravaggio (1571-1610) na imagem que ilustra este texto – o carpinteiro José segura a partitura para o anjo. As representações dessa passagem, pouco importam pintor ou escola, nunca são tristes (esta vem até com música), ainda que se conheça o desfecho da história. É o cuidado materno, símbolo praticamente universal do amor de salvação, sobrepondo-se à violência irracional que o persegue.
Nazismo, comunismo, tribalismos contemporâneos tornados ideologias... São movimentos, cada um praticando o horror a seu próprio modo, que destruíram e que destroem, sem dúvida, a autoridade divina. Mas nenhum deles triunfou sem a destruição, também, da autoridade humana, subvertendo os valores da Razão (afinal, acreditamos que ela busca o Bem) e, para os cristãos, a santidade da vida. Todas as irrupções revolucionárias destruíram os valores que as animaram, como Saturno engolindo os próprios filhos. O progresso está com os que conservam o mundo, reformando-o.
Pedem-me que prove que um mundo com Deus é melhor do que um mundo sem Deus? Se nos pedissem, observou Chesterton (1874-1936), pensador católico inglês, para provar que a civilização é melhor do que a selvageria, olharíamos ao redor um tanto desesperados e conseguiríamos, no máximo, ser estupidamente parciais e reducionistas: "Ah, na civilização, há livros, estantes, computador..." Querem ver? "Prove, articulista, que o estado de direito, que segue os ritos processuais, é mais justo do que os tribunais populares." E haveria uma grande chance de a civilização do estado de direito parecer mais ineficiente, mais fraca, do que a barbárie do tribunal popular. Há casos em que é mais fácil exibir cabeças do que provas. A convicção plena, às vezes, é um tanto desamparada.
Este artigo não trata do mistério da fé, mas da força da esperança, que é o cerne da mensagem cristã, como queria o apóstolo Paulo: "É na esperança que somos salvos". O que ganha quem se esforça para roubá-la do homem, fale em nome da Razão, da Natureza ou de algum outro Ente maiúsculo qualquer? E trato da esperança nos dois sentidos possíveis da palavra: o que tenta despertar os homens para a fraternidade universal, com todas as suas implicações morais, e o que acena para a vida eterna. O ladrão de esperanças não leva nada que lhe seja útil e ainda nos torna mais pobres de anseios.
O cristianismo já foi acusado de morbidamente triste, avesso à felicidade e ao prazer de viver, e também de ópio das massas, cobrindo a realidade com o véu de uma fantasia conformista, que as impedia de ver a verdade. Ao pregar o perdão, dizem, é filosofia da tibieza; ao reafirmar a autoridade divina, acusam, é autoritário. Pouco afeito à subversão da autoridade humana, apontam seu servilismo; ao acenar com o reino de Deus, sua ambição desmedida. Em meio a tantos opostos, subsiste como uma promessa, mas também como disciplina vivida, que não foge à luta.
Precisamos do Cristo não porque os homens se esquecem de ter fé, mas porque, com freqüência, eles abandonam a Razão e cedem ao horror. Sem essa certeza, Darfur – a guerra do forte contra o indefeso, da criança contra o fuzil, do bruto contra a mulher –, uma tragédia que o mundo ignora, seria ainda mais insuportável.

sábado, 26 de junho de 2010

AMULETOS




Amuletos

Portugal, capitaneado por Pedro Álvares Cabral, descobriu o Brasil. E o Brasil, capitaneado por Dunga, pelo que se viu na bisonha partida contra Portugal, apesar da classificação, ainda não descobriu o que é jogar futebol. Haja figa, fita do Senhor do Bonfim, pé de coelho, patuá, trevo de quatro folhas e galho de arruda para trazer sorte a esta seleção. Pelo feio futebol visto, talvez o melhor amuleto seja a ferradura. Por via das dúvidas, que a torcida proclame em uníssono: "Pé de pato, mangalô, três vezes!"

TÚLLIO MARCO S. CARVALHO

Jornal SUPERNOTÍCIA - 26/06/2010
Jornal O ESTADO DE S.PAULO - 27/06/2010

Morte e vida nordestina




Morte e vida nordestina

Essa destruição em que estás, com evitável inundação acontecida, é o desprezo maior que recebeste em vida. É de tal modo tacanho, tão amargo e tão vagabundo o pedaço destruído que te coube neste politiqueiro mundo. Não é humilhação somente grande, é uma falta de prevenção homicida, é o esquecimento que não querias nesta sofrida vida. É uma tardia mobilização governamental e eleitoreiramente grande, para deixar qualquer um iracundo, mas continuarás valendo o pouco tanto que valias antes no mundo. É um dilúvio grande provocado por recurso ministerial parco, porém esqueceste que no mundo não se pode viver em letargo. É o fruto do assistencialismo grande para tua dignidade que foi pouca, pois diante da mera "Bolsa-Família" dada não se abriu para reclamar a tua contentada boca.


Túllio Marco Soares Carvalho - Jornal CORREIO BRAZILIENSE - 26/06/2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Jornal O TEMPO





Gol

Túllio Marco Soares Carvalho
Professor e advogado
Bairro Santa Tereza

Kafunga, folclórico goleiro do Clube Atlético Mineiro nas décadas de 30 a 50, afirmava que, "no Brasil, o errado é o certo, e o certo é o errado". A vibração da quase totalidade da torcida brasileira pelo gol ilegal marcado por Luís Fabiano na vitória do Brasil sobre a Costa do Marfim, que mais pareceu uma jogada de vôlei, prova que o atleticano tinha razão. É hipócrita o indivíduo que enche a boca para falar contra a corrupção na política, mas, ao mesmo tempo, endossa (e até mesmo pratica) outros tipos de corrupção.

Jornal O TEMPO – 24 de junho de 2010

Jesus - charge de Reinaldo (clique na imagem para ampliá-la).

O VAGALUME E O SAPO (clique na imagem para ampliá-la).





O VAGALUME E O SAPO


Entre o gramado do campo
Modesto, em paz se escondia
Pequeno pirilampo
que, sem o saber, luzia.

Feio sapo repelente
Sai do córrego lodoso,
Cospe a baba de repente
Sobre o insecto luminoso.

Pergunta-lhe o vagalume:
- "Porque me vens maltratar?"
E o sapo com azedume:
- "Porque estás sempre a brilhar!"

João Ribeiro (1860-1934)
Grande fabulário do Brasil

Prece para o final da tarde





Prece para o final da tarde
Ricardo Gondim


Meu Deus,
Cheguei onde cheguei carregando minha mochila com momentos bons e de pranto. Foi somando tais momentos que me vi expulso de uma zona de conforto mentirosa. Quebraram o aquário onde eu me sentia abrigado. De repente, fui jogado no ribeiro e forçado a nadar em águas tumultuadas. Aprendo a me desviar das rochas. Evito as cascatas.
Não, Senhor, não estou amargurado. Não guardo rancor dos belicosos que me estapearam. Das fossas, percebi que posso me despir das fantasias grandiosas que me escondiam de mim. Tu tens um jeito delicado de limpar as nódoas mal cheirosas que encardem a pele da gente.
Ensina-me a contar os dias que não existem, e que nem sei se viverei. Por enquanto, só preciso de ajuda para tirar do alforje coisas boas e ruins, o material de minha esperança.

"Eficacia de la paciencia" - Oração de santa Teresa de Ávila (clique na imagem da escultura "O êxtase de Santa Teresa", de Gian Lorenzo Bernini, para ampliá-la).





Português

Nada te perturbe 

Nada te espante 
Tudo passa, 
Só Deus não muda. 
A paciência 
Tudo alcança 
Quem tem a Deus, 
Nada lhe falta. 
Só Deus basta.
Espanhol

Nada te turbe 
Nada te espante 
Dios no muda 
Todo se pasa 
La paciencia 
Todo lo alcanza 
Quien a Dios tiene 
Nada le falta 
Solo Dios basta


LEONARDO BOFF (clique na charge do Nani para ampliá-la).





Solidariedade com as vítimas do “novo” PT

 

Leonardo Boff, Jornal do Brasil
RIO - Passei um fim de semana lendo pela enésima vez O príncipe de Maquiavel no esforço de entender a atual política da Direção Nacional do PT. E aí encontrei as fontes que possivelmente estão inspirando o assim chamado “novo PT”, aquele que trocou o poder da vontade de transformar a realidade pela vontade de poder para compor-se com a realidade, notoriamente envenenada com o propósito de perpetuar-se no poder. Nas palavras do candidato eleito pela convenção do partido em Minas Gerais, Fernando Pimentel, e depois invalidado, em nome da aliança com o PMDB: “O PT novo é o PT que faz alianças e convive com a realidade política brasileira, buscando transformá-la... Não somos mais um partido que coloca a ideologia como uma máscara, como óculos escuros para não enxergar a realidade política; operamos com a realidade política do jeito que ela é, para transformá-la” (O Globo 12/6/2010).
Vamos traduzir esse discurso de disfarce. A ideologia básica do PT originário era a ética e as reformas estruturais. O novo PT entende este propósito como uma máscara que não permite enxergar a realidade política do jeito que ela é. Sabemos como é o jeito da política vigente, montada sobre alianças espúrias, sobre a mercantilização das relações políticas e sobre a rapinagem do dinheiro público. Pimentel ainda acredita que com isso se pretende transformar a realidade, como se para transformar uma gangue de bandidos devesse fazer parte dela. A ética foi enviada ao limbo e em seu lugar entraram os conselhos de Maquiavel. Este teve um propósito semelhante à Direção do PT: “Ir diretamente à verdadeira realidade das coisas e não ater-se a representações imaginárias” (c. XV). Para Maquiavel, a verdadeira realidade das coisas é a busca tenaz do poder, as formas de conquistá-lo e de conservá-lo. E aí vale tudo. Os fins justificam todos os meios: o perjúrio, o assassinato e até o bem se ele trouxer vantagens. As “representações imaginárias” são a ética, o que deve ser. Ela não é posta de lado; até vale desde que favoreça o poder. Caso contrário pode ser atropelada: “Não se afastar do bem quando se pode, mas saber usar o mal, se necessário” (c. XVIII). O importante não é ser bom, mas parecer bom. Não há porque cumprir a palavra empenhada, se ela se volta contra o príncipe, pois “jamais faltarão motivos legítimos para justificar o não cumprimento de algo apalavrado” (c. XVIII).
É entristecedor ler em Pimentel: “Nesse processo de renovação, alguns companheiros vão ficar no passado”. Estes, na verdade, são os portadores do futuro porque são fiéis à ética e ao sonho de uma política diferente do jeito como é feita. A Direção do PT se rendeu a ela, fazendo alianças escandalosas para se perpetuar no poder e assim se atolando no passado. O povo não merece ser defraudado desta forma. Não é investindo em políticas assistenciais que se possa substituir-lhe a dignidade. Mesmo assim, há tantos nas bases – deputados, prefeitos e vereadores do PT antigo e ético – que mantêm vivo o sonho e que não abandonam a questão: que Brasil queremos e de que ética pública precisamos?
Quero me solidarizar com as vítimas do maquiavelismo do “novo” PT, especialmente em Minas Gerais e no Maranhão. Neste estado está ocorrendo uma tragédia, bem representada pelo histórico sindicalista Manoel da Conceição, de 75 anos, fundador do PT, torturado e mutilado pela polícia das oligarquias entre as quais estão os Sarney, sendo obrigado a votar em Roseana Sarney do PMDB. Em carta aberta ao companheiro Lula, de fazer chorar, escreve “com ternura e amor de um irmão”: “Como eleger essas figuras que me mutilaram, torturaram e mataram dezenas de meus mais fiéis companheiros... Isso fere de morte a nossa honra e a nossa história”. Mas o projeto de poder não tem o mínimo sentido humanitário: Maquiavel dixit.
Da mesma forma quero me solidarizar com as vítimas de Minas Gerais, com Sandra Starling, com Patrus Ananias, com os melhores ministros do governo, com Durval Ângelo, paladino dos direitos humanos, com tantos e tantas que estão sofrendo indignados.
Nem tudo vale neste mundo. E, se Cristo morreu, foi também para mostrar que nem tudo vale e que para tudo há algum limite, válido também para o PT.
Leonardo Boff é teólogo.

A INFINITA BELEZA DOS FRACTAIS (clique nas imagens para ampliá-las).







JOÃO GUIMARÃES ROSA

"O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria, 
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."


João Guimarães Rosa



RUMI - "A evolução da forma" (clique na imagem para ampliá-la).

Toda forma que vês
tem seu arquétipo no mundo sem-lugar.
Se a forma esvanece, não importa,
permanece o original.

As belas figuras que viste,
as sábias palavras que escutaste,
não te entristeças se pereceram.

Enquanto a fonte é abundante,
o rio dá água sem cessar.
Por que te lamentas se nenhum dos
dois se detém?

A alma é a fonte,
e as coisas criadas, os rios.
Enquanto a fonte jorra, correm os rios.
Tira da cabeça todo o pesar
e sorve aos borbotões a água deste rio.
Que a água não seca, ela não tem fim.

Desde que chegaste ao mundo do ser,
uma escada foi posta diante de ti,
para que escapasses.
Primeiro, foste mineral;
depois, te tornaste planta,
e mais tarde, animal.
Como pode ser isto segredo para ti?

Finalmente foste feito homem,
com conhecimento, razão e fé.
Contempla teu corpo; um punhado de pó
vê quão perfeito se tornou!

Quando tiveres cumprido tua jornada,
decerto hás de regressar como anjo;
depois disso, terás terminado de vez com a terra,
e tua estação há de ser o céu.

Passa de novo pela vida angelical,
entra naquele oceano,
e que tua gota se torne o mar,
cem vezes maior que o Mar de Oman.

Abandona este filho que chamas corpo
e diz sempre Um; com toda a alma.
Se teu corpo envelhece, que importa?
Ainda é fresca tua alma.



RUMI







FOLHA DE S.PAULO (clique na charge do Angeli, da Folha de S. Paulo, para ampliá-la).



Penetra

"Urge que todos nós, com paixão e compaixão, em 25 de dezembro, nascimento de Jesus Cristo, ou preferencialmente desde já, introjetemos em nós os ensinamentos do aniversariante, e não o bimbalhar dos sinos capitalistas de Papai Noel, o penetra que invadiu a festa do Deus-menino e tomou-lhe o lugar de destaque. Se assim o fizermos, nós e o mundo seremos certamente melhores." 
TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO - Jornal FOLHA DE S. PAULO - 20 de dezembro de 2007

FOLHA DE S. PAULO (clique na imagem para ampliá-la).





A humanidade, por meio do LHC (Large Hadron Collider), está próxima de desvendar a origem do universo, mas, paradoxalmente, não resolveu ainda os seus mais básicos problemas, como a pobreza extrema, que assola um sexto dos habitantes do planeta.
Seria proveitoso se, por meio do capital intelectual de que dispomos, acelerássemos, além de partículas atômicas a velocidades próximas à da luz, também o desenvolvimento pleno de todos os seres humanos.
Enquanto a matéria e os primórdios do cosmo são desvendados, mais de um bilhão de pessoas permanecem ocultas e esquecidas por seus semelhantes, sendo cotidianamente engolidas pelo "buraco negro" da miséria.
Vale a lembrança dos versos de Maiakovski, poeta russo, musicados por Caetano Veloso: "Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome"."

TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO - Jornal FOLHA DE S. PAULO - 12 de setembro de 2008

RUMI

"No inverno, os ramos nus
que parecem dormir
trabalham em segredo,
preparando-se para a primavera." 

Rumi



Quadros espetaculares - "Pedro e João correndo para o túmulo de Cristo" - Eugène Burnand (clique na imagem para ampliá-la).


"Pedro e João correndo para o túmulo de Cristo" - Eugène Burnand




A POESIA DE HILDA HILST

VI


Soergo meu passado e meu futuro
E digo à boca do Tempo que os devore.
E degustando o êxito do Agora
A cada instante me vejo renascendo

E no teu rosto. Túlio, faz-se um Tempo

Imperecível, justo
Igual à hora primeira, nova, hora-menina
Quando se morde o fruto. Faz-se o Presente.
Translúcida me vejo na tua vida
Sem olhar para trás nem para frente:
Indescritível, recortada, fixa.



Hilda Hilst - "Júbilo, memória, noviciado da paixão" - Editora Globo, 2001.

MILLÔR FERNANDES


O renomado chef Anthony Bourdain em São Paulo - Sensacional programa em 5 capítulos.


Acesse:


http://www.youtube.com/watch?v=v8yulE1imCw



PÃO DE QUEIJO MINEIRO "DO PARAGUAI" (Mas é bão !).



PÃO DE QUEIJO MINEIRO "DO PARAGUAI" (Mas é bão !)


Ingredientes:

-1 1/2 copo de polvilho azedo.
-1 copo de queijo ralado (escolha o tipo de queijo que mais agrada ao seu paladar. Ex: 80% de mussarela e 20% de parmesão).
-1 caixinha de creme de leite. 


Instruções:

Misture os 3 ingredientes.
Faça bolinhas e leve para assar em fôrma sem untar. Forno médio.


Opcional: coloque um pouquinho de orégano na massa na hora de misturar, só para dar um toque especial.

"Aranhas tenebrosas"


"Aranhas tenebrosas": o meu dia de "Indiana Jones".


Acesse:


http://www.youtube.com/watch?v=MV3OXyYqsDc



PAULO LEMINSKI (clique na imagem para ampliá-la).


Mosaico de Cida Carvalho, paranaense residente no Distrito Federal.

GRUPO CORPO








Grupo Corpo: "Missa do Orfanato".

TRIO MORDAÇA

Trio mordaça


Dunga, o presidente Lula e o PT, um trio que tem ojeriza colérica aos órgãos e profissionais da imprensa que são questionadores e não rezam por sua cartilha.

TÚLLIO MARCO S. CARVALHO http://www.tulhadotullio.blogspot.com
Belo Horizonte

segunda-feira, 21 de junho de 2010

CORRUPTOS: RATAZANAS DO DINHEIRO PÚBLICO (clique na imagem para ampliá-la).

"ASSASSINOS"


Prefeitos

"A notícia da prisão de vários prefeitos ("PF prende 16 prefeitos e apura desvio de R$ 200 mi", Brasil, 10/9), mancomunados com magistrados e outros servidores públicos, me inspirou uma consulta ao dicionário, que assim define o vocábulo "assassino': aquele que tira a vida a alguém.
À vista desta definição, não nos esqueçamos de que dinheiro público surrupiado representa, entre outras coisas, falta de merenda escolar no prato de crianças carentes e desnutridas -que tem aí o seu único alimento diário-, buracos em estradas, ausência de saneamento básico, epidemias e caos nos hospitais. Situações sinistras que tiram a vida de milhares de brasileiros.
Portanto, é impossível não concluir que, se confirmada a ação criminosa, os elementos dessa corriola, além de corruptos, são também assassinos frios e incompassivos."

TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO (Belo Horizonte, MG) - Jornal FOLHA DE S. PAULO - 12 de abril de 2008